DNIT assina Ordem de Serviço para construção de Ponte Internacional de Guajará-Mirim, na BR-425

Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) assina nessa sexta-feira (08) a ordem de serviço para a construção da Ponte Internacional de Guajará-Mirim, na BR-425, em Rondônia. Após a assinatura, terá início a Elaboração dos Projetos Básico e Executivo e Execução das obras e demais operações necessárias e suficientes para a Construção da Ponte, inclusive acessos e complexo de fronteira.

A Ponte Binacional, que será construída sobre o Rio Mamoré, ligará as cidades de Guajará-Mirim, no estado de Rondônia, e Guayaramerín, na Bolívia. O empreendimento integra o Novo PAC na região Norte e fortalecerá a integração sul-americana.

O evento para assinatura do documento aconteceu em Rondônia e contou com a participação do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, do ministro dos Transportes, Renan Filho, e do diretor-geral do DNIT, Fabrício Galvão.

Ponte Binacional – A ponte prevê uma travessia com extensão de 1,22 quilômetro e largura de 17,3 metros. O valor estimado para construir a obra de arte especial, acessos e complexos de fronteira é R$ 421 milhões, aproximadamente, e o prazo para execução das obras é de 36 meses.

O acesso no lado do Brasil será a partir da margem do Rio Mamoré, na cabeceira brasileira da ponte até a rótula na interseção com o acesso à ponte, no km 142,7 da BR-425/RO, com extensão aproximada de 3,7 quilômetros. Já o acesso na Bolívia, sob responsabilidade daquele país, terá aproximadamente seis quilômetros de extensão da cabeceira boliviana da ponte até a ligação definida como conveniente pelas autoridades locais.

Para os brasileiros, a construção da ponte significa a concretização do “Projeto Saída para o Pacífico” passando por território boliviano até alcançar portos chilenos. A obra visa, principalmente, a exportação de produtos brasileiros para outros continentes a custos mais compensatórios em relação aos custos de transportes que normalmente são cobrados quando esta mesma atividade é feita por meio de portos brasileiros, em função da distância.

E para os bolivianos, significa a consolidação do Tratado de Petrópolis, que assegura à república da Bolívia, o acesso ao oceano atlântico por território brasileiro, através do porto de Porto Velho, na capital do estado de Rondônia.

Além de facilitar o escoamento da produção nacional rumo ao Pacífico, reduzindo custos logísticos e ampliando a competitividade do agronegócio e da indústria nacional, sob o aspecto social, a obra representa instrumento de inclusão e mobilidade, integrando comunidades fronteiriças, dinamizando o comércio local e gerando empregos. No plano diplomático, consolida compromissos bilaterais firmados entre Brasil e Bolívia.

Números da ponte
Números da ponte

 

BR-425/RO – É uma rodovia de ligação, localizada na região noroeste do Estado de Rondônia, que conta com uma faixa de tráfego pavimentada por sentido, de cerca de 3,5 metros de largura e acostamentos de largura variável.

A rodovia que inicia no entroncamento com o km 937,6 da BR-364/RO, em Abunã, se estende por 148,1 quilômetros até a fronteira Brasil/Bolívia, em Guajará-Mirim/RO, na margem direita do Rio Mamoré e faz a ligação entre uma importante rodovia federal e a fronteira com a Bolívia.

Ao longo da BR-425/RO existem duas travessias urbanas, sendo a primeira na sede do município de Nova Mamoré e a outra no fim do trecho, na sede municipal de Guajará-Mirim.

População beneficiada  A construção da ponte binacional deve beneficiar mais de 180 mil pessoas nas regiões de fronteira. A estimativa considera não apenas os moradores dos municípios diretamente ligados pela travessia, mas também populações de distritos vizinhos, trabalhadores em circulação e áreas conectadas pelas BR-425 e BR-421.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2024), a população diretamente beneficiada no lado brasileiro inclui:

  • Guajará-Mirim: 43.553 habitantes;
  • Nova Mamoré, incluindo distritos: 28.496 habitantes;
  • Buritis, conectado pela BR-421: 30.729 habitantes.

A esses números somam-se comunidades rurais da zona de influência da BR-425, além de distritos de Porto Velho que utilizam a rodovia como principal via de acesso, como Abunã, Nova Califórnia e Extrema, totalizando aproximadamente mais de 20 mil moradores impactados.

Considerando o fluxo de pessoas que transitam diariamente entre os dois países, incluindo caminhoneiros, comerciantes, estudantes, turistas e trabalhadores temporários, a projeção realista de pessoas potencialmente beneficiadas pela ponte binacional ultrapassa os 180 mil indivíduos.

A estrutura é vista como fundamental para fortalecer o intercâmbio comercial, dinamizar o turismo e ampliar o acesso a serviços públicos essenciais como saúde, educação e segurança. Além disso, deve reduzir custos logísticos no escoamento da produção regional, promovendo o desenvolvimento integrado da Amazônia fronteiriça.

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