A privatização da BR-364, anunciada pelo consórcio 4UM-Opportunity, tem sido motivo de indignação para os moradores e produtores de Rondônia. A promessa de modernização da rodovia vem acompanhada de tarifas de pedágio exorbitantes, sem que haja, de imediato, uma contrapartida significativa em melhorias. Dos 686,7 km concedidos, apenas 135 km serão duplicados, enquanto cerca de 200 km contarão com terceira faixa, deixando grande parte do trecho sem avanços estruturais relevantes.
A população será a principal prejudicada por essa concessão. Para quem depende da rodovia para transporte de mercadorias, os custos operacionais aumentarão drasticamente. O agronegócio, motor da economia do estado, sofrerá um grande impacto, pois o aumento do custo logístico encarecerá os produtos, reduzindo a competitividade do setor. Pequenos produtores e transportadores sentirão ainda mais o peso dessa decisão, enfrentando dificuldades para manter seus negócios viáveis diante das novas despesas impostas pelos pedágios.
Além disso, a instalação das praças de pedágio ocorrerá antes da realização das melhorias prometidas, um claro prejuízo para os motoristas. A BR-364 já é conhecida pelo seu alto índice de acidentes e pela precariedade de diversos trechos. Cobrar tarifas elevadas sem oferecer uma estrutura adequada para garantir a segurança e fluidez no tráfego é uma atitude que desconsidera totalmente as necessidades da população. A medida, em vez de trazer avanços, pode tornar a rodovia ainda mais problemática e inacessível para muitos.
O governo e os órgãos responsáveis precisam rever esse modelo de concessão antes que se torne um fardo irreversível para Rondônia para aos próximos 30 anos. A sociedade deve se mobilizar para exigir um contrato justo, no qual os investimentos em infraestrutura sejam feitos antes da cobrança de pedágios. Caso contrário, os moradores do estado terão que conviver com uma estrada cara, ineficiente e que compromete o desenvolvimento econômico da região.
Fonte: JH Notícias